Compartilho a resenha do livro "13 lessons that saved 13 lives", de John Volanthen, sobre gerenciamento de crises. Compre a obra pelo link de associado Amazon e contribua para manter a publicação das minhas resenhas (assim eu recebo créditos na loja para eu adquirir mais livros).
Autor: John Volanthen.
Ano de publicação: 2022.
O empresário do ramo de TI, John Volanthen, inglês, tem como hobby mergulho de cavernas. Em 2018, foi acionado para ajudar no resgate de 12 meninos e seu treinador (13 pessoas), que ficaram presos dentro de uma caverna, devido ao alagamento das câmaras que levavam à saída, por conta das chuvas intensas.
Em um cenário de crise, onde o tempo corre contra todos, centenas de profissionais embarcaram na operação que salvou a vida dos 13. Peça fundamental no desenho da estratégia de localização e retirada dos Wild Boars (nome do time de futebol) em Tham Luang, Tailândia, John compartilha as 13 lições mais importantes para o sucesso no desafio. Essa história foi adaptada para o cinema, com foco na sequência dos acontecimentos reais mais do que nas lições aprendidas.
O filme está disponível no Amazon Prime (13 Vidas).
Onde encontrar: infelizmente o livro é recente e está publicado apenas em inglês, sob o título "13 lessons that saved 13 lives".
Pense positivo;
Lembre dos seus talentos e ignore a crítica interna (ou insegurança);
Tome o primeiro passo, ingresse na trilha (passo a passo mapeado).
A autossabotagem é um limitante real, autoimposto, que embaça a percepção sobre si mesmo. Assim como o excesso de confiança e a arrogância, o excesso de insegurança e a inação são barreiras para melhorar e ampliar nossas capacidades. Superar uma mentalidade exclusivamente utilitarista, que somente age quando existe uma recompensa pelo esforço, é abrir oportunidades para aprendizados e para evolução pessoal: trocar o “para quê?” pelo “por que não?” é um bom início.
Escute os alarmes, conheça seus gatilhos pessoais de alerta;
Avalie as margens de segurança, fique dentro dos seus limites;
Saiba quando parar, perca uma batalha para ganhar a guerra.
Será que ganhar sempre é a melhor estratégia? Provavelmente não. A vitória cobra um preço alto, e os recursos (tempo, energia, dinheiro, relacionamentos, oportunidades) são limitados. Escolher quando a vitória é essencial é melhor do que “gastar” vitórias à toa.
Olhe para cima e a sua volta, entenda o contexto geral;
Evite o foco extremo, evite o viés de confirmação;
Entenda sua capacidade, distribua o foco de forma adequada.
Você conhece o vídeo de teste de atenção que viralizou na internet um tempo atrás? Nele o foco da audiência é atraído para a bola, enquanto no contexto acontecem coisas absurdas que ninguém presta atenção. É contra intuitivo, mas o foco extremo, a obsessão, pode distrair nossa mente. Estar atento ao que acontece no ambiente, isto é, resistir o instinto de estar focado apenas em um aspecto, é importante para prevenir que fiquemos distraídos a fatores relevantes, por estar focados demais.
Reserve tempo para se recuperar, distrações são necessárias para encontrar inspiração;
Reconheça a fadiga, faça intervalos quando necessário;
Processe o passado, traduza as emoções negativas em lições positivas/ construtivas.
Até mesmo robôs, feitos de aço e códigos, ficam sem baterias e precisam ser recarregados periodicamente, quem dirá nós, humanos, feitos de carne e emoções? Descansar não significa viver permanentemente em estado de tranquilidade. Nas próximas lições do livro o autor chama atenção para importância do desconforto. No entanto, reservar um tempo para se regenerar e processar o que aconteceu é parte do amadurecimento. Sem essas pausas e reflexões, não estaremos em condições melhores para enfrentar novos desafios no futuro.
Priorize as tarefas mais críticas, comece com uma respiração profunda, três segundos;
Em momentos críticos, considere sua situação, faça um plano para atuação imediata, três minutos;
Avance rumo ao objetivo/ solução mais urgente, em momentos críticos o longo prazo são as três horas seguintes.
O momento de se colocar à prova uma hora chega. Às vezes emergências acontecem de forma inesperada e exigem atuações precisas, com margens baixas ou nulas para erros. Durante crises, o controle emocional é o requisito mais importante e mais difícil. Ter em mente o objetivo imediato (três horas) e planejar passo a passo rumo a ele, focando sempre nos próximos três minutos, é um bom plano para agir de forma efetiva.
Evite o negacionismo, sinta-se confortável em situações desconfortáveis;
Espere desvios no planejamento, seja flexível;
Vá para sua “livraria mental de planos”, use a opção mais próxima.
Essa lição propõe o oposto do “jogo do contente”, do clássico da literatura juvenil: “Poliana”. Estar preparado para o pior e para reagir na situação antes de ela acontecer pode parecer um grande desperdício de energia, à princípio. Porém, é possível interpretar essa lição como uma espécie de seguro contra incidentes: sempre pagamos o custo, esperando nunca precisar resgatar o prêmio.
Assuma o problema como seu, aceite a responsabilidade;
Seja realista, não crie expectativas mais altas do que as possibilidades;
Jogue com os seus pontos fortes, reconheça os seus pontos fracos.
Estar preparado, ser capaz, é apenas metade da equação para o sucesso. Saber o momento certo de agir é tão importante quanto. Em analogia, pense nos paraquedas, eles tem a hora certa para serem acionados: a queda livre assusta, mas agir cedo demais pode ser fatal.
Recrute quem você confia, confie em quem você recrutou;
Compartilhe informações, respeite os pontos de vista;
Delegue responsabilidades, interfira somente quando necessário.
Nenhum elemento é mais forte do que a soma de todos. Criar e manter conexões é um investimento no fortalecimento das capacidades. Para que isso ocorra, é necessário maturidade para conviver, respeitar e aceitar opiniões divergentes.
Permita que situações voláteis se estabilizem, não reaja por instinto/emoção do momento;
Tome atitudes somente se a ação te aproximar do seu objetivo; caso contrário, pare;
Aceite a incerteza, não existe opção zero risco.
Estar disponível nem sempre é estar atuante. Em alguns momentos, especialmente quanto o cenário está mudando rápido, ou várias coisas acontecendo simultaneamente, a melhor estratégia pode ser permanecer disponível, do banco de reservas, a postos, esperando a convocação.
Não torne o plano muito complexo;
Compreenda o custo do fracasso, calcule o valor da confiabilidade;
Escolha a opção mais simples: o “melhor” é o inimigo do “bom o suficiente”.
Não é possível viver no auge da performance constantemente. Momentos de descanso são importantes (vide lição # 4). Para ser o melhor, é preciso ter prioridades; e para ter prioridades, é necessário escolher. Um sim, uma escolha, uma opção é, na verdade, muitos “nãos”.
Conheça seu plano: pratique, pratique e pratique;
Visualize seus sentimentos, pratique suas reações;
Relembre o preço/ dor/ custo do sucesso. Reconheça o esforço necessário.
Não existe performance sem treino. Praticar depende de disposição, de esforço e, sobretudo, de compromisso.
“Gamefique” pequenas tarefas. Conte as pequenas vitórias;
Complete as tarefas, não pule as etapas pequenas;
Crie estrutura, construa rotinas.
“Dividir para conquistar” sumariza a ideia, já popular, de reduzir tarefas complexas em metas mais simples. A sensação de estar avançando ajuda a manter a motivação em alta. Também gostamos de “biscoitos”, ou seja, feedback positivo, e pequenas recompensas de reconhecimento.
Seja gentil consigo, você vai ficar bem;
Escolha suas metas, celebre suas conquistas;
Esteja presente, viva o momento.
A ansiedade é a patologia de quem se preocupa constantemente com o que vai acontecer no futuro. A depressão, a de quem não consegue superar experiências e/ ou traumas passados. Parece muito simples viver o momento, mas não é. A todo tempo precisamos estar vigilantes sobre onde nosso foco e atenção estão concentrados.