Em 2024 o Instituto Pró Livro realizou mais uma edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil. Os dados registram mudanças no número de leitores no país desde 2007. No último ano foram realizadas 5.504 entrevistas, considerando a população residente no Brasil, com 5 anos de idade ou mais. O estudo considera que “leitor é aquele que leu, inteiro ou em partes, pelo menos um livro de qualquer gênero, impresso ou digital, nos últimos 3 meses” e “não leitor é aquele que declarou não ter lido nenhum livro, ou parte de um livro, nos últimos 3 meses, mesmo que tenha lido nos últimos 12 meses”.
O resultado é preocupante. A leitura é parte indissociável da educação. Ainda que os percentuais de escolaridade tenham apresentado melhora, cabe refletir sobre a qualidade da formação que os brasileiros estão recebendo. Além de instruir, a leitura é uma opção de lazer acessível e positiva. A capacidade de pensamento crítico, adquirida pelo hábito da leitura, contribui para o autoconhecimento e amadurecimento emocional. Isso traz ganhos individuais, tais como melhores oportunidades de crescimento pessoal e profissional, e também coletivos, a exemplo do enriquecimento de debates políticos e maior consciência cidadã.
A melhor forma de aumentar o número de leitores no Brasil é através da paixão. Para isso é importante acabar com o estigma do livro como um objeto chato, uma obrigação. A literatura brasileira possui tesouros desconhecidos pela população. Recentemente, com ajuda das redes sociais, a obra de Machado de Assis “viralizou”, ao receber excelente crítica de Courtney Novak. A influenciadora estadunidense se propôs o desafio pessoal de ler uma obra por país do mundo e elegeu “Memórias Póstumas de Brás Cubas” como o representante brasileiro.
Impulsionado pela atenção da mídia, o portal G1 realizou uma votação entre professores para selecionar as melhores obras literárias de cada Estado do país. A iniciativa teve como objetivo divulgar obras e estimular a leitura. Aproveitando o esforço, defini um projeto pessoal para 2025: ler um livro representativo de cada Estado do Brasil, dando preferência para autores e obras citados pelos professores, mas sem descartar outras fontes e recomendações. Além de ler, desejo escrever e compartilhar as resenhas nas mídias sociais, como forma de atiçar a curiosidade e incentivar a leitura de autores regionais. Afinal, é bom conhecer e sentir orgulho do lugar de onde somos.
Não possuo o mesmo alcance de público da Courtney, mas acredito no poder da leitura em direcionar trajetórias para destinos mais interessantes. Portanto, convido todos a acompanharem as postagens, seguindo esta newsletter ou os perfis no LinkedIn e Instagram. Também será possível acompanhar as resenhas por este blog, como uma continuidade dos artigos da série "Brasileiros da Literatura". Ao todo serão lidas 27 obras, uma de cada unidade federativa. O levantamento do G1 não considerou o DF, no entanto, por ser parte dos poucos representantes de uma segunda geração nascida em Brasília ainda nos anos 1990, sinto-me na responsabilidade de incluí-lo. Aproveito a omissão do G1 para divulgar o romance escrito por mim. As resenhas terão periodicidade mensal e contemplarão três livros nos meses de abril, agosto e dezembro e dois nos demais meses do ano.
Se você gostou dessa proposta, considere apoiar divulgando a iniciativa entre amigos ou doando recursos para ajudar a financiar a aquisição das obras. Contato e chave: gabrielacruzbr@gmail.com.
Este projeto conta com o apoio do Creomar De Souza, CEO da Dharma Political Risk and Strategy e grande amigo, por quem tenho uma admiração profunda.
Janeiro
· Seringal (1972), de Miguel Jeronymo Ferrante - Acre;
· Broquéis Faróis (1893), de Cruz e Souza - Santa Catarina.
Fevereiro
· Dois Irmãos (2001), de Milton Hatoum - Amazonas;
· O Continente, vol. I (1949), de Erico Veríssimo - Rio Grande do Sul.
Março
· Poemas do Homem do Cais (1950-1982), de Alcy Araújo - Amapá;
· O Vampiro de Curitiba (1965), de Dalton Trevisan - Paraná.
Abril
· Coração Subterrâneo (2021), de Olga Savary - Pará;
· Ciranda de Pedra (1954), de Lygia Fagundes Telles - São Paulo;
· O Quinze (1930), de Rachel de Queiroz - Ceará.
Maio
· Presente de Makunaimã (2021), de Kamuu Dan - Roraima;
· Memorias Póstumas de Brás Cubas (1880), de Machado de Assis - Rio de Janeiro.
Junho
· Uma Sombra no Fundo do Rio (1977), de Eli Brasiliense - Tocantis;
· Grande Sertão: Veredas (1956) de João Guimarães Rosa - Minas Gerais.
Julho
· Vidas Secas (1938), de Graciliano Ramos - Alagoas;
· Crônicas de Rubem Braga (1913-1990) - Espírito Santo.
Agosto
· Capitães da Areia (1937), de Jorge Amado - Bahia;
· Senhora (1999), de Raquel Naveira - Mato Grosso do Sul;
· Cidade Morta (1980), de Otávio Afonso - Rondônia.
Setembro
· Livro Sobre Nada (1996), de Manoel de Barros - Mato Grosso;
· Úrsula (1859), de Maria Firmina dos Reis - Maranhão.
Outubro
· O Auto da Compadecida (1955), de Ariano Suassuna - Paraíba;
· Poemas dos Becos de Goiás e Estórias (1965), de Cora Coralina - Goiás.
Novembro
· Morte e Vida Severina (1955), de João Cabral de Melo Neto - Pernambuco;
· Feijão de Cego (2009), de Vladimir Souza Carvalho - Sergipe.
Dezembro
· O Fato e a Coisa, de Torquato Neto - Piauí;
· Conselhos a Minha Filha (1845), de Nísia Floresta - Rio Grande do Norte;
· Pioneiras: história, memória e ficção (2024), de Gabriela Cruz - Distrito Federal.