Como é mais concreto e facilmente percebido, o espaço é mais frequentemente adotado como referência pela memória do que o tempo. Referências como: “quando trabalhava naquela organização” são mais usuais que: “de 1998 até 2003” para indicar um período.
Quando um espaço torna-se habitual, a sensação de constância contagia a percepção do tempo. A velocidade de transcurso do tempo é recebida com espanto. Ele passa sem ser reparado.
Por outro lado, quando os espaços são inconstantes e diferentes, a sensação de transformação contagia a percepção do tempo. Nesse caso, a velocidade de transcurso do tempo também é recebida com espanto. Todo instante que passa é marcado por uma experiência.
Em outras palavras, a rotina tende a oferecer uma percepção de tempo atrasada. Por sua vez, a ausência de rotina tende a oferecer uma percepção de tempo acelerada. Os mais jovens fazem descobertas e vivem novas experiências constantemente, por isso acham que o tempo demora. Os mais velhos já estão habituados com os fatos da vida, por isso acham que o tempo passa rápido demais.
O caminho para conservar a juventude deve ser, então, aquele guiado pela curiosidade.
Imagem: Silhouette por Greg Rakozy em Unsplash.