Sou a segunda geração nascida em Brasília e, como a cidade fará 60 anos em breve, isso ainda é um pouco raro. Nunca morei em nenhum outro lugar além daqui. Gosto de Brasília, apesar de acreditar que ainda existe muito para melhorar. A cidade faz parte da minha história, existem lugares que conheço desde sempre, outros que me surpreendem pelo tanto que mudaram.
Os colégios que frequentei fazem-me voltar no tempo quando passo por perto; os restaurantes mais tradicionais ainda têm sabor de infância; a transformações de alguns espaços e a perpetuação de outros: tudo isso gera um satisfatório sentimento de pertencimento.
São várias as vantagens de ser local: estar habituada a caminhos e atalhos, expressões regionais e personagens mais icônicos; ter feito e ainda fazer parte de momentos históricos da cidade; encontrar conhecidos por acaso durante passeios; estar adaptado às estações do ano, aproveitar os prós e conhecer os contras de cada uma delas. Enfim, sentir-se parte do ambiente.
Viajar é muito bom, mas frequentemente sinto-me deslocada, perdida, fora do lugar, em algumas cidades. A autonomia e confiança de morar em uma cidade da qual sou local é muito legal!
Eu e minhas Calois no Parque da Cidade em 1999 e em 2019!
Em um mundo ultraconectado, onde informações são instantâneas e os pontos mais distantes estão a algumas horas de distância, nada como vir de um “quadradinho” tão querido, no coração do Brasil.
Reconheço que a cidade ainda precisa melhorar em muitos aspectos. Ainda quero conhecer o mundo e experimentar viver em outros lugares. Mas até o momento, é só em Brasília onde me sinto em casa.