Lygia Fagundes Telles, 1954
Esta é uma história de amor, em excesso, e seus efeitos colaterais. Laura adoece depois de assumir a traição conjugal para o marido, Natércio. Daniel, médico e amante, acolhe a mulher enferma e sua filha caçula, Virgínia, que não aceitou separar-se da mãe. A criança não compreendia porque as irmãs e o pai as abandonaram com tanta facilidade.
“Não podia deixar de acontecer isso, Virgínia. Nossa mãe está pagando um erro terrível, será que você não percebe? Abandonou o marido, as filhas, abandonou tudo e foi viver com outro homem. Esqueceu-se dos seus deveres, enxovalhou a honra da família, caiu em pecado mortal!” (TELLES, Lygia, 1954, posição 446).
O plano de fundo é a alta sociedade paulista. Um círculo restrito e privilegiado; porém duro e frio, como o título sugere. Os diálogos são aparentemente superficiais. Nada é dito com franqueza e as mensagens ficam subentendidas entre metáforas e entrelinhas, muito complicadas para crianças compreenderem.
“Faça de conta que isto é um barco que está querendo afundar, você precisa ir depressa para um outro, entendeu?” (TELLES, Lygia, 1954, posição 787).
Virgínia, depois do falecimento de Laura o do suicídio de Daniel, decide ir para o convento, pois não consegue reingressar na ciranda familiar (casa de Natércio). A trama faz lembrar o poema “Quadrilha” (1930), de Carlos Drummond de Andrade, na versão mais trágica possível.
“Quadrilha. João amava Teresa que amava Raimundo/ que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili/ que não amava ninguém./ João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, /Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, / Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes /que não tinha entrado na história” (DRUMMOND, Carlos, Quadrilha, 1930).
“Virgínia debruçou-se na janela e ofereceu o rosto à chuva. Ele sabia, Luciana sabia, decerto todos os outros também sabiam. Só as freiras não saberiam nunca” (TELLES, Lygia, 1954, posição 1232).
A menina, muito jovem, inocente, sofria o peso dos erros alheios; tudo isso lhe causou grande ressentimento. Punia a si mesma esperando em troca a redenção dos demais. Seguindo esse caminho, foi ficando cada vez mais parecida com aqueles que desprezava.
“E se estudei tanto, não foi por virtude, mas por pura agressão: minhas irmãs eram alunas medíocres” (TELLES, Lygia, 1954, posição 1346).
“E que interessa o castigo ou o prêmio? Tudo muda tanto que a pessoa que pecou na véspera já não é a mesma a ser punida no dia seguinte” (TELLES, Lygia, 1954, posição 1975).
Depois de alguns anos, Virgínia, crescida, volta para casa de Natércio. Ele não era seu pai biológico, ainda criança havia desvendado esse segredo e sabia ser filha de Laura e Daniel. Tampouco era pai de criação ou consideração; precocemente ela preferiu ser a órfã exilada à coitada bastarda, e ninguém contestou sua decisão. Era seu provedor, apenas.
“Ah, o amor de Daniel por Laura! A beleza daquele amor que o levara a se fazer de louco para assim penetrar no mundo da enferma. E com ela mergulhar na morte. Mas a mãe tivera a desfaçatez de confessar tudo, de abandonar Natércio. Injusto, não?” (TELLES, Lygia, 1954, posição 2122).
Com o passar do tempo, Virgínia, as irmãs e os amigos amadurecem. Isto não ocorre de forma harmônica, são necessários conflitos, ninguém sai ileso. No clímax do romance, a história chega muito próximo de um desfecho dramático e fatal. Porém, neste momento a ciranda faz “meia volta, volta e meia”: o livro termina sem conclusão, a vida dos personagens continua; nem tanto ao céu, nem tanto ao inferno.
“‘Sinto uma grande tranquilidade’, respondera. E consigo mesma, ‘Uma indiferença, desde que tranquilidade e indiferença, no fundo, significam a mesma coisa’. Só agora via o quanto se enganara” (TELLES, Lygia, 1954, posição 2689).
“Uma vez você me citou um verso, era mais ou menos assim, ‘Nascemos todos os dias quando nasce o sol’. E depois? — Começa hoje mesmo a vida que te resta” (TELLES, Lygia, 1954, posição 2728).
Virgínia: filha bastarda de Laura com Daniel, irmã caçula de Otávia e Bruna. Depois de órfã, é criada pelo pai de registro, Natércio, mas prefere ser internada em um convento a conviver com a família. Quando retorna, precisa enfrentar os conflitos que abandonara ainda criança. Guarda muito ressentimento de todos e, em certa medida, alimenta desejos de vingança. No entanto, recorre apenas às palavras e não às atitudes, irreversíveis, para buscar redenção.
“‘É a melhor da turma’, concordavam tacitamente. No entanto, jamais provara das pequeninas glórias concedidas a outras que deixara para trás. É que havia certas coisas... ‘Parece tão dissimulada’, dizia Irmã Clara. ‘Tem olhos de quem já viu coisas terríveis!’, assombrava-se Irmã Flora. ‘E é filha de pais separados, houve muito escândalo’, pensavam todas. ‘Foi aceita como uma exceção, um caso especial. Não pode participar das regalias a que as demais têm direito’” (TELLES, Lygia, 1954, posição 1338).
Laura: foi uma mulher reprimida pelas conjunturas de seu tempo. Em certa altura, teve a oportunidade de conhecer um amor verdadeiro e jamais conseguiu resignar-se à vida antiga. Optou pela sinceridade, foi duramente reprimida, abandonada, adoeceu e por isso foi considerada louca. Tinha espírito ávido por liberdade, mas estava limitada pela condição de mulher.
“Fazia anos que eu não ia a nenhuma festa, a parte alguma, ele detestava sair comigo, nosso passeio era visitar a família, ficar horas e horas na saleta dourada, cheia de mortos e de retratos de mortos, ouvindo as gêmeas tão iguais! Uma recitava, depois a outra cantava, depois a outra recitava, alternadamente... Você tem suas filhas!, ele costumava me dizer. Minhas filhas... Eram minhas? Bruna, que parecia uma inimiga, pronta sempre para me julgar. Tão dura. E Otávia sempre tão distante, lá longe com seus cachos... Era graciosa a minha Otávia com aqueles seus cachos, abracei-a tanto, fica comigo, só tenho você! Então ela choramingava, não, mamã, num que-lo, cê dismancha meu tachinho... Virgínia apertou-lhe o braço. “Não, aquele pedaço, não!” — Mãe, já sei, você já me contou tudo isso, tio Daniel estava na festa, já ouvi isso, não precisa repetir!” (TELLES, Lygia, 1954, posição 355).
Otávia: primogênita de Laura e Natércio. Compete recorrentemente com Virgínia. O retorno da irmã à casa depois da morte da mãe rouba-lhe as atenções da família e amigos. Da mesma forma, quando Virgínia volta do internato, com títulos de reconhecimento pelo seu desempenho acadêmico, a disputa permanece entre as irmãs. Ambas concorrem, também, pelo amor de Conrado, vizinho e amigo de infância da família.
“‘Ouça, querida’, disse Otávia certa vez, ‘não fique assim com essa mentalidade de donzela folhetinesca, não separe com tanta precisão os heróis dos vilões, cada qual de um lado, tudo muito bonitinho como nas experiências de química. Não há gente completamente boa nem gente completamente má, está tudo misturado e a separação é impossível. O mal está no próprio gênero humano, ninguém presta. Às vezes a gente melhora. Mas passa’” (TELLES, Lygia, 1954, posição 1971).
Luciana: secretária de Daniel, de origens humildes e de pele negra. É apaixonada pelo patrão, de quem possui enorme consideração e proteção, mas jamais o amor correspondido. Ajuda-o a cuidar de Laura e de Virgínia, quando ambas vão morar consigo. Alimenta esperanças de que, depois da morte de Laura, Daniel lhe dê uma chance. No entanto, ele se suicida e a deixa completamente só, mesmo após tudo que ela fizera por ele, por sua amante e por sua filha. Além da posição de mulher leviana, sofre a descriminação por sua raça. Ninguém lhe tem em consideração, deve ser sua própria fortaleza. Virgínia e Luciana desenvolvem uma relação próxima, a criança sente que pode confiar nela, mais do que em qualquer outra pessoa. Luciana é a única pessoa que tem coragem de contar-lhe a verdade sobre tudo.
“Luciana era forte, corajosa, seria bom se pudesse tê-la ao seu lado” (TELLES, Lygia, 1954, posição 885).
“Uma vez você me perguntou por que doutor Natércio deixou você morando com os dois. Eu disse que era por ser a caçula, que foi por isso, mas não foi esse o motivo, minha queridinha. Você é filha dele, entendeu agora? Primeiro, eu só desconfiava. Agora tenho certeza. Daniel é seu pai” (TELLES, Lygia, 1954, posição 1116).
“Eu não queria nada, nem dinheiro, nem móveis, nem roupas, nada. Queria só uma palavra, anos e anos à espera dessa palavra. E ele morreu e não disse, podia ter dito ao menos... Não disse. Era um fraco, era um covarde, ele não podia fazer isso comigo. — Soluçou tapando a boca com a mão. A voz saiu por entre os dedos: — Ainda é cedo, mas um dia vou ter ódio dele” (TELLES, Lygia, 1954, posição 1166).
Natércio: homem bem reputado, respeitado pela sua erudição e membro da elite paulista. Separa-se de Laura depois da mulher admitir a traição e estar infeliz no casamento. Pai de sangue de Otávia e Bruna. Seja para manter as aparências - Virgínia nascera antes da separação - ou por seu “espírito cristão”, aceita assumir a caçula como legítima, apesar de saber a verdade. A menina poderia ter se privado de pagar o preço pela má sorte da mãe, mas se recusa a abandoná-la. Pode-se imaginar que Virgínia tenha herdado de Laura o espírito insubmisso, o desejo de liberdade.
“Daniel se matou ontem com um tiro no ouvido. Ele está morto [...] Ao seu paizinho deixou apenas duas linhas e nem era preciso escrever mais, 'Entrego-te Virgínia porque acima de tudo confio no seu espírito cristão'” (TELLES, Lygia, 1954, posição 1149).
Frau Herta: governanta da casa de Natércio. Estrangeira e conservadora. Assume o papel de educadora das filhas depois da separação. Tem notável preferência por Otávia, a mais velha. No entanto, a primogênita não possui a mesma consideração pela criada. Alimenta certo desprezo por Virgínia, tanto pelo seu comportamento rebelde, como por saber ser uma bastarda. Quando Frau Herta adoece, Virgínia é a única que vai visitá-la em seu leito de morte. A menina mente sobre a consideração que os demais membros da família mantém pela enferma, demonstrando compaixão.
"— Meu retrato? — E Frau Herta voltou-se. Um sopro misterioso reanimou-lhe o olhar. — Não me lembro de ter deixado lá nenhum retrato [...] — Não, pense bem, a senhora está rindo e tem o cestinho na mão, o retrato está lá, tenho certeza! Vê-se no fundo um pedaço do caramanchão — acrescentou com volúpia. Era capaz de sustentar nesse instante a mais desbragada mentira [...] — Desse então não me lembro mesmo. E Otávia pôs no quadro? Minha querida Otávia... Mas por que ainda não veio? Por que não vem? Isso eu não entendo! — Ela não suporta a ideia de vê-la doente, é sensível demais, a senhora sabe, não é como Bruna e eu..." (TELLES, Lygia, 1954, posição 1893).
A década de 1950, no Brasil, foi marcada pelo otimismo econômico e conservadorismo social. O final da Segunda Guerra Mundial, a reconstrução da Europa, a ascensão dos Estados Unidos e a esperança em dias melhores: tudo isso alimentava um sentimento de prosperidade.
Nos países em que os homens foram convocados em massa para lutarem nas batalhas, as mulheres passaram a ocupar uma posição de maior prestígio no mundo do trabalho e familiar. No entanto, a força da vanguarda no combate às desigualdades é grande no Brasil. Foi assim com a luta contra a escravidão e também com o avanço da igualdade de gênero.
“Alguns conservadores chegavam a criticar o cinema americano por trazer para o Brasil más influências, mostrando como normais hábitos condenáveis, tais como mocinhas ousadas e cheias de iniciativa que não respeitam os mais velhos ou que não vêem mal algum em passar horas com um rapaz em seu carro ou apartamento! A literatura também estava sob suspeita e os pais e educadores deveriam procurar controlar as leituras das moças recomendando obras edificantes ou, ao menos, inofensivas à moral e aos bons costumes” (BASSANEZI, Carla, 2004, p. 610).
Infelizmente, a segregação entre moças de família e levianas ainda persiste, com nova roupagem. A exaltação da então primeira dama, Marcela Temer, como “bela, recatada e do lar” evidencia a persistência de uma mentalidade patriarcal. No primeiro semestre de 2020, mais de 3 mulheres morreram por dia, vítimas de feminicídio, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Em 1950, a situação era ainda mais grave:
“Ao contrário dos maridos, as adúlteras eram fortemente criticadas e poderiam ser severamente punidas. Como a honra de um marido dependia em grande parte do comportamento de sua esposa, o castigo violento ou até mesmo o chamado crime passional contra a mulher, real ou supostamente, infiel eram comumente perdoados pelas autoridades da lei” (BASSANEZI, Carla, 2004, p. 634).
Carlos Drummond de Andrade enviou à Lygia uma carta pessoal de elogio ao livro “Ciranda de Pedra”. Dentre outras coisas, destacou a habilidade da autora de tratar temas sociais sérios e difíceis, como distúrbios mentais e direitos civis das mulheres, de forma elegante e artística.
“É um livro duro, mas sem nenhuma passagem escabrosa. As notações psicológicas são as mais finas, e a evolução da trama vai oferecendo quadros de costumes que dão à obra importância como documento social, sem entretanto lhe tirar qualquer de suas qualidades como obra puramente literária, isto é, obra de arte, válida por si mesma” (Depoimento de Carlos Drummond de Andrade. In: TELLES, Lygia, 1954, posição 2944).
“A sociedade da época debateu a questão do divórcio. Convivendo com casos concretos de casais separados, amores clandestinos, uniões legalmente impossíveis, problemas familiares, exemplos de outros países ou fofocas dos meios artísticos, não era fácil ignorar o assunto. Entretanto, as posições antidivorcistas prevaleceram diante das opiniões a favor do direito a uma segunda chance [...] O divórcio, considerado por muitos um veneno para a estabilidade social por enfraquecer a instituição familiar ou servir como porta de entrada para o amor livre, só passou a fazer parte das leis brasileiras na década de setenta” (BASSANEZI, Carla, 2004, p. 636-637).
A religião cristã - católica e evangélica - é fator relevante para o nível de conservadorismo no país. O Brasil figura tradicionalmente entre os mais católicos do mundo. As virtudes atribuídas às mulheres por essas correntes valorizam a submissão ao marido e a dedicação ao lar e à maternidade.
Atualmente, o cenário é menos hostil ao empoderamento feminino, mas ainda há muito para avançar. Além de “Ciranda de Pedra”, outras obras de Lygia afrontam o machismo cultural da sociedade brasileira, e continuam sendo muito atuais.
“Era das mais inteligentes e, naquela sua aparente distração, a mais moderna das normalistas, com certo atrevimento de atitudes, fugindo, quando a ausência da vigilante lhe permitia, para fumar, às escondidas, no fundo do ensolarado pátio da escola. Fumar, naquela época, era só dos homens, e naquela idade de menina, quase um escândalo. Lygia fumava e através das espirais do cigarro compunha as histórias que eu determinava, como trabalho, a tantas moças de que, hoje, como o velho mestre, se há de recordar com muita saudade” (LYGIA, 1954, posição 2961. Depoimento do antigo Professor de Lygia, Silveira Bueno).
Nascida em São Paulo, em 1923, é considerada a maior escritora brasileira viva na atualidade. Formou-se em Direito e Educação Física, duas profissões majoritariamente masculinas para a época. A dupla formação justificava-se pelo desejo de ser uma mulher independente, menos vulnerável às oscilações de uma única profissão. Hoje ocupa a Cadeira nº 16 da Academia Brasileira de Letras - ABL. Muitas de suas aclamadas obras, além de prêmios literários, ganharam célebres adaptações para telenovelas e cinema.
O imprevisto, o acaso e a loucura são grandes inspirações: aquilo que acontece quando as coisas não seguem as regras. Expoente defensora na luta pela justiça de gênero no Brasil, sua escrita é marcada por uma feminilidade provocadora, cheia de questionamentos. Inova, assim, na literatura tradicionalmente recomendada para mulheres de seu tempo: guias de conduta, roteiros românticos, comportamentos que as moças de família deveriam seguir e defender. Em suas próprias palavras, explica:
“No pequeno laboratório de química dos meus tempos ginasiais, aconteciam as mais extraordinárias experiências sob a inspiração do nosso professor. [...] ‘Vocês verão agora este líquido amarelo ficar azul.’ E o líquido amarelo ficava vermelho. Ele não se perturbava, era um homem calmo. Recomeçava, sem pressa, a operação, enquanto deixava escapar alguns fiapos de monólogo, ‘acho que algo não deu certo, hem?...’. [...] Certa manhã, ele chegou filosofante: ‘Vejam, meninas, na Química há sempre uma larga margem de imprevistos, como na vida, que também desobedece regras e leis...Vocês vão se lembrar disso mais tarde.’ A esse grão de imprevisto – o principal – fui juntando os acessórios: o acaso que reside nos pequenos acontecimentos fortuitos. E a loucura, o terceiro grão que compõe essa estupenda fórmula, anarquizando uma ciência com a nitidez da Matemática [...] A loucura, o acaso e o imprevisto desencadeando reações dentro do mesmo caldeirão. A fogo brando, para evitar o pior”. (TELLES, Lygia, 1987).
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BASSANEZI, Carla. Mulheres dos Anos Dourados. In: PRIORE, Mary Del. Histórias das Mulheres no Brasil. São Paulo: Editora Contexto, 2004.
TELLES, Lygia Fagundes. Discurso de Posse na Academia Brasileira de Letras, 12/5/1987. Disponível em <https://www.academia.org.br/academicos/lygia-fagundes-telles/discurso-de-posse>. Acesso em 09 mai. 2021.
TELLES, Lygia Fagundes. Ciranda de Pedra. Edição digital. São Paulo: Companhia das Letras, 2009 (texto original de 1954).
ANDRADE, Carlos Drummond. Quadrilha. In: Alguma Poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2013 (Publicação original de 1930).