Gosto de ler desde criança, mas quando entrei na faculdade, o tempo para ler textos prazerosos foi drasticamente reduzido. As emendas das disciplinas me ocuparam e a satisfação com a leitura baixou. Leio muito mais hoje em dia do que na adolescência, mas são experiências diferentes. Uma leitura acadêmica demanda mais atenção, avaliação crítica e demanda outras pesquisas, é cansativo. Uma leitura prazerosa equivale a uma atividade de lazer, é relaxante.
Dificilmente voltarei a ter o tempo para leituras prazerosas como na juventude. Por isso, desde 2017 passei a estabelecer um limite mínimo delas por ano: uma ao mês. Recuperei meu gosto pela leitura. Eis algumas das vantagens de aderir a leitura como atividade de lazer: aperfeiçoamento do pensamento crítico; conhecimento avançado da Língua Portuguesa; redação mais clara, ortograficamente correta e conteúdo relevante; elevado nível cultural; alfabetização e letramento acelerado para crianças; e muitos outros.
Espero que essas vantagens sejam suficiente para incentivá-lo a aderir o hábito da leitura prazerosa, diariamente. Comece lendo poucas páginas por dia, a regularidade é muito importante para criação do hábito e também para que seus valiosos efeitos sejam percebidos. Por isso, mesmo quando o tempo está apertado, não deixe de praticar a leitura.
Nossa memória é mais falha do que imaginamos. Isso é evidente quando cometemos o mesmo erro pela segunda vez. Apenas lembramos das lições e aprendizados da primeira experiência quando repetimos a segunda.
Além de evitar erros repetidos, um diário é importante como registro de duplo valor: histórico e estratégico. Histórico, porque nele serão registrados os momentos mais marcantes e seus sentimentos em cada época da vida. Ao longo do tempo, esses relatos preservam a sua história e das pessoas que convivem com você. Estratégico, porque a partir desses registros é possível identificar quais são os fatores que mais impactam sua qualidade de vida e satisfação pessoal. A partir disso, é possível analisar e definir metas mais adequadas. É um exercício de auto-conhecimento.
Você não precisa escrever todo dia no diário. Estabeleça uma periodicidade maior, mas não muito (para não esbarrar no problema da memória). Pessoalmente, busco, ao menos uma vez por semana, registrar os episódios mais importantes e os pensamentos que mais me intrigaram.
Vivemos na era da informação e da sociedade em rede. Há quem prefira evitar o noticiário e ser voluntariamente alienado. Não duvido que é possível encontrar paz e viver muito bem dessa forma. Eu, por outro lado, sou uma mulher do meu tempo. Como tal, gosto de saber o que é notícia, quais as últimas inovações e os desafios mais urgentes da minha geração.
Os podcasts foram o jeito mais prático que encontrei de acessar conteúdo de qualidade, em qualquer hora, lugar e flexíveis para rotina. Programei o Google Routine para iniciar o resumo das últimas notícias logo após o alarme matinal (aos interessados: Panorama CBN). Além de ficar atualizada, meu índice de faltas à academia reduziu bastante, visto que o podcast não tem a função soneca.
Semanalmente, quando estou arrumando a casa, cozinhando, fazendo compras no supermercado ou qualquer outra “atividade solitária”, escuto programas de notícias e entrevistas que mais gosto: Roda Viva, The Economist Asks, Assim é Brasília, GobloNews Painel, e outros. Não só tenho um repertório maior para conversar com colegas, amigos e familiares, como sou mais consciente de aspectos que possuem impacto direto na vida pública e privada.
Sobre esse tópico, recomendo a leitura do post “Cuidado pessoal não é indulgência, cuidado pessoal é disciplina“. Amar a si mesmo é assumir responsabilidade pela própria saúde e bem-estar: fazer atividades físicas, ainda que não sinta prazer; seguir uma dieta balanceada e controlar os impulsos e exageros; investir em um ambiente harmonioso em casa e no trabalho; ser gentil com as pessoas ao seu redor; prezar pela sua aparência e reputação; entre outros. A princípio, pode parecer besteira, mas garanto que, ao cuidar de si, sua auto-estima e amor próprio aumentam. Além disso, as pessoas ao seu redor passam a valorizam mais você.
Uma citação do filme “Sociedade dos Poetas Mortos” ilustra bem a importância de viver as artes:
Sociedade dos Poetas Mortos, Tom Schulman.
A humanidade não se confunde com a automaticidade. Seres humanos não são robôs, por mais eficientes e necessários que estes sejam. Nossos sentimentos são parte intrínseca do nosso ser. Não conseguimos viver sem eles. Por isso, viver as artes é importante. Significa aceitar e explorar nossa humanidade. Sem saber, todo mundo já o faz, de maneira consciente ou não: ouvir música, tocar instrumentos, visitar museus, expressar-se por meio da pintura, fazer trabalhos artesanais, enfim, não faltam opções – muito agradáveis, diga-se de passagem – para viver as artes.
Seja curioso sobre as artes, não apenas um consumidor passivo sobre o que está na moda. Pesquise sobre a história e a origem das obras que aprecia, procure comunidades de fãs com preferências semelhantes à sua, visite espaços de expressão artística (teatro, museu, shows, apresentações, e outros) e arrisque colocar a mão na massa de vez em quando. Quem sabe existe um talento a ser descoberto?
Espero que esse post tenha contribuído para suas resoluções de ano novo! Dos cinco hábitos: leitura, podcasts, diário, cuidados pessoais e artes, qual você mais gostou? Já pratica algum deles?